terça-feira, 29 de março de 2011

Dieta vegetariana em crianças divide médicos; saiba os prós e os contras!



A equação do cardápio vegetariano é mais complicada. A dieta sem carne exige a escolha equilibrada de alimentos saudáveis para a criança.

Ser vegetariano é uma escolha de cada vez mais brasileiros. Mas, quando os pais decidem levar esta dieta aos filhos, surge a polêmica. Os médicos fazem ressalvas a esse novo tipo de alimentação para as crianças.
O alerta é que as crianças precisam de nutrientes que nem sempre uma dieta vegetariana pode fornecer. Já quem defende esse tipo de alimentação afirma que crianças vegetarianas crescem mais saudáveis, têm peso normal e acumulam menos gordura no sangue, o que no futuro vai garantir um nível menor de colesterol.
No prato de Jordy, de 4 anos, tem de tudo: verduras, legumes, arroz e ervilhas. Só não tem carne. Vegetariana há cinco anos, a advogada Rosana Bastos habituou o filho com a mesma dieta.
“Ele come quinua, arroz integral, arroz branco, jiló e quiabo”, afirma Rosana. Com autoridade de mãe, ela afirma: “Carne para mim não faz falta, e em termos nutricionais também não”.
Com conhecimento médico, Eric Slywitch, especialista da Sociedade Vegetariana Brasileira, concorda. Ele explica que basta substituir a carne por grãos, como feijão, ervilha, lentilha e grão de bico. “Substitui tranquilamente a carne e a proteína vegetal”, garante.
A questão da proteína pode estar resolvida, mas a equação do cardápio vegetariano é mais complicada. A dieta sem carne exige a escolha equilibrada de alimentos saudáveis.
Eric Slywitch mostra que o ideal é dividir o prato em três partes: um terço para legumes e verduras, outro para cereais, como arroz, trigo ou macarrão, e o restante com um dos grãos.
“Essa criança vai crescer com uma tendência de ser mais saudável, no sentido de ter um peso mais adequado com relação à altura, e tende a crescer com níveis menores de colesterol e com uma facilidade melhor de controlar o açúcar no sangue, que é um problema que leva à diabete”, explica o médico Eric Slywitch.
Mas o médico faz uma ressalva: a dieta vegetariana pode levar a carência de vitamina B-12, essencial para o organismo e presente em ovos e leite. “Principalmente para quem não usa nenhum derivado animal, a vitamina B-12 é uma suplementação que deve ser feita para as crianças vegetarianas”, acrescenta o médico Eric Slywitch.
O presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Clóvis Francisco Constantino, aponta outro problema. “Os micronutrientes, como o ferro e o zinco, são muito mais aproveitados se forem de origem animal. É claro que é muito melhor nós ingerirmos nutrientes dos alimentos saudáveis do que vindo dos laboratórios da indústria farmacêutica”, observa.
Embora considere fundamental o consumo de carne nos primeiros anos de vida, o médico não vê problema na alimentação vegetariana na fase adulta. A mãe de Jordy diz que vai dar liberdade para o filho escolher no futuro o que quiser comer, mas não se arrepende de incentivá-lo a ter uma alimentação mais natural.
“As pessoas comem mal e excepcionalmente comem alguma coisa boa em termos nutricionais. Acho que ele vai ser o contrário. É importante que ele faça a opção dele na hora que ele quiser”, conta Rosana.
Na dieta vegetariana, as frutas, principalmente cítricas, têm também a função de ajudar a absorver o ferro, que é encontrado em vegetais como o espinafre, por exemplo. Um ponto é certa: os pais só podem fazer os filhos seguirem uma dieta vegetariana depois de consultar o pediatra e sempre com um acompanhamento rigoroso do médico.

Um comentário:

  1. Toda dieta tem de ser feita com acompanhamento de um bom especialista. Quando se trata de crianças, acho que os cuidados têm de ser redobrados. Nesse caso da care, há vários produtos que têm os mesmos nutrientes e podem substitui-la - isso tem de ser observado. Dezem que para um resultado de sucesso com dieta, além de um bom médico é preciso também um bom nutricionista.

    Valeu Sandro - grande abraço.

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